segunda-feira, 17 de março de 2014

Hérnia: tipos e cuidados


O nosso assunto de hoje é sobre uma patologia muito frequente na infância e que possui muitos mitos. Vamos desvendá-los juntos?

Há 3 tipos de hérnias mais comuns na infância: umbilical, epigástrica e inguinal. Elas surgem de maneiras diversas, não há como preveni-las e seus riscos são variáveis.

HÉRNIA UMBILICAL

Causada pelo fechamento incompleto da parede abdominal no momento da regressão do cordão umbilical, ocorre em cerca de 10% das crianças e é mais comum no sexo feminino e na raça negra.
Apresenta-se como um abaulamento na região umbilical durante os esforços como choro, tosse e evacuação, mas em alguns casos pode aparecer mesmo sem esforço algum. Geralmente é redutível, ou seja, consegue-se colocar a hérnia para dentro da cavidade abdominal com uma simples pressão do dedo, de forma indolor.
Pode não ser notada por semanas ou meses após o nascimento e costuma regredir espontaneamente até os 3 anos. Após essa idade, dificilmente a hérnia fechará sozinha, sendo então indicada a cirurgia.
Raramente causa dor abdominal ou complicações como encarceramento ( saída do intestino, ovário ou gordura ).



HÉRNIA EPIGÁSTRICA

Saída de gordura através de pequeno defeito na linha média da musculatura abdominal anterior. Sua localização é sempre mediana, o orifício geralmente é pequeno e costuma causar dor espontânea, sendo raramente redutível. Por isso, o tratamento cirúrgico é sempre indicado.



HÉRNIA INGUINAL

Durante a gestação há uma comunicação do interior da cavidade abdominal com o escroto e a região pélvica que costuma fechar espontaneamente após o nascimento. A persistência parcial ou total desse conduto comunicante é a causa da hérnia inguinal.
A incidência é de 3% nas crianças nascidas a termo e 8% nos prematuros, além de haver propensão familiar ( 10% dos casos apresenta histórico de hérnia na família ).
Apresenta-se como um abaulamento na região inguinal ( um pouco acima da virilha ) aos esforços e costuma ser dolorido. Na maioria das vezes é redutível, exceto quando ocorre encarceramento ou estrangulamento.
O conteúdo encarcerado mais frequente no sexo masculino é a alça intestinal e o cordão espermático, provocando sofrimento vascular do testículo, prejudicando assim sua função no futuro. Já nas meninas, são o ovário e a trompa que encarceram na maioria das vezes.
Desse modo, o tratamento cirúrgico é sempre indicado assim que se fizer o diagnóstico para evitar tais complicações, pois quanto mais nova a criança, maior o risco.



MAS É VERDADE QUE.......

- SE EU COLOCAR UMA MOEDA NO UMBIGO OU AMARRAR UMA FAIXA NA BARRIGA, EU EVITO A HÉRNIA UMBILICAL? NÃO. Como disse, essa hérnia é causada por uma abertura na parede abdominal durante a involução do umbigo e melhorará espontaneamente com a maturação da musculatura.

- O CHORO INCESSANTE CAUSA HÉRNIA, POR ISSO NÃO POSSO DEIXAR MEU BEBÊ CHORAR? NÃO. O bebê que terá hérnia já nasce com essa propensão, por isso ele desenvolverá a hérnia independente do choro. Por outro lado, o esforço causado pelo choro, deixa a hérnia mais evidente.

- POSSO REDUZIR A HÉRNIA QUANTAS VEZES FOREM NECESSÁRIAS? SIM. Não há contra-indicação em reduzir a hérnia. Porém, observe o aspecto da pele e avalie se não está ficando vermelha, arroxeada e quente. Se houver qualquer um desses sinais, procure um médico com urgência.

- DEVO FICAR ATENTA A EVACUAÇÃO DO MEU BEBÊ? SIM. Nos casos em que o anel herniário ( abertura por onde a hérnia passa ) é muito pequeno, pode haver estrangulamento do intestino com posterior obstrução intestinal. Por isso, a parada de evacuação pode ser o primeiro sinal de alerta.

Fiquem atentos!

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