quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Os gânglios no pescoço são perigosos?



Muitas mães já perceberam alguns carocinhos no pescoço do seu filho e logo se preocuparam... Será alguma doença ruim?
Esses nódulos são os gânglios ou linfonodos, as famosas ínguas! São estruturas importantíssimas presentes por todo o corpo e são conectados pelos vasos linfáticos, formando o sistema linfático. Tal sistema é responsável pela produção de anticorpos ( junto com o timo e o baço ) e eliminação das toxinas do nosso organismo.


Os gânglios geralmente tem o tamanho de uma ervilha, são móveis, indolores e de consistência macia. Porém, quando temos alguma infecção, os gânglios próximos ao local afetado aumentam de tamanho ( adenomegalia ) justamente para gerar defesa.



Adenomegalia cervical: geralmente decorrente das infecções de vias aéreas superiores como otite, amigdalite, sinusite, entre outras.



Adenomegalia axilar: pode estar presente nas reações vacinais ( quando a aplicação é no antebraço ), mas essa localização é muito importante no auto-exame das mamas da mulher ( caso haja câncer de mama, o gânglio axilar cresce para tentar defender o organismo ).



Adenomegalia inguinal: mais frequente nas doenças sexualmente transmissíveis ou por alguma lesão de pele nos membros inferiores.



Esses são os locais que conseguimos avaliar os gânglios apenas com o exame clínico, mas podemos ter adenomegalia em qualquer outro lugar do organismo. Infecções virais como a mononucleose e a citomegalovirose por exemplo, evoluem com adenomegalia generalizada.

Como vocês puderam observar, a maioria dos gânglios é reacional a um processo infeccioso, mas infelizmente existem as situações em que a adenomegalia é secundária a uma doença maligna. Nesses casos, a característica do gânglio muda, pois costuma se apresentar de forma endurecida e fixa, além de crescer muito rápido.




Por isso, a orientação do dia é: quando notar uma adenomegalia no seu filho, observe se esse aumento coincide com algum processo infeccioso ou alérgico e se ele diminui após a resolução deste. Muitas crianças apresentam gânglios palpáveis rotineiramente ou demoram meses para que involuam por completo.
Caso perceba qualquer característica diferente, ou simplesmente fique na dúvida ou insegura, não deixe de procurar o pediatra para uma avaliação adequada, o qual, se achar necessário, encaminhará ao hematologista infantil.

Fiquem de olho!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Como limpar o nariz do seu bebê


Dando continuidade ao último post sobre rinite, hoje vamos falar sobre como higienizar as narinas do seu bebê.
Muitas mamães deixaram suas dicas no face e instagram e agora vou reunir todas aqui para vocês decidirem qual a forma de limpeza acham melhor.

1) Usar um cotonete embebido em soro fisiológico
Porque funciona: tira o excesso de secreção das narinas de forma suave e sem machucar.

2) Usar um aspirador nasal
Porque funciona: o aspirador gera uma pressão suave, porém suficiente para sugar a secreção.
Dica importante: nunca use o aspirador com as narinas secas, pois pode traumatizar a mucosa nasal e causar até sangramento. Por isso, sempre umedeça as narinas com soro antes.

3) Fazer inalação com soro
Porque funciona: a inalação na verdade ajuda mais a fluidificar a secreção espessa, facilitando sua retirada.

Essas foram as dicas das mamães e realmente são as formas mais comuns e fáceis de limpar o nariz do seu bebê até ele aprender assoar o nariz sozinho! Faça essa higienização diariamente, pois todos nós produzimos secreção nasal todos os dias como forma de defesa do nosso organismo lembram?

Eu só gostaria de ressaltar algo muito importante! Nunca coloque nenhum remédio na inalação nem use nenhum medicamento via oral para desobstruir as narinas sem o conhecimento do seu médico! Tais medicações, quando usadas de forma incorreta, ressecam a mucosa do nariz causando até sangramento nasal.

Fica a dica!!!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Rinite: espirros, coriza e obstrução nasal



É muito comum os pais relatarem no consultório que seus filhos sempre estão gripados, mas o que ocorre é que, após uma avaliação, diagnosticamos com muita frequência a rinite alérgica.
Já expliquei no post sobre vacina contra a gripe a diferença entre gripe e resfriado, mas é importante fazermos o diagnóstico diferencial com a rinite também.

O nariz é o primeiro lugar por onde o ar passa antes de alcançar os pulmões e é responsável pela limpeza, umidificação e aquecimento do ar inspirado. Para que o nariz exerça suas funções corretamente, ele possui um eficaz mecanismo de defesa. Por exemplo, ao entrar em contato com um vírus, desencadeia a obstrução nasal para impedir a passagem do agente agressor, além de espirros e coriza para sua remoção.



A rinite significa uma defesa exagerada do organismo até contra os agentes que não são potencialmente graves ao organismo, ou seja, a pessoa alérgica é hiperreativa a determinadas substâncias que, numa pessoa normal, não desencadearia nenhuma reação. Essa característica é herdada dos pais e acomete em média 25% das pessoas.

Os sintomas mais comuns são espirros repetidos ( muitos chegam a espirrar mais de 10 vezes seguidas ), coriza, coceira e obstrução nasal. Podem estar associados coceira na garganta e a conjuntivite alérgica com muita coceira nos olhos. Tais sintomas costumam ocorrer poucos minutos após o contato com o alérgeno. Poeira, pólen, ácaro, fungos e pele descamada dos humanos e animais são os mais comuns. Por isso colchões, travesseiros e sofás são os locais que mais acumulam esses alérgenos.




A higienização do ambiente é a melhor forma de prevenir a rinite alérgica. A casa e principalmente o quarto aonde o alérgico dorme devem ser limpos com frequência. Porém existem algumas recomendações para que o momento da higienização não piore a disseminação dos alérgenos.
- evite o uso de vassoura e espanador de pó, pois levantam a poeira
- evite o uso de produtos de limpeza com cheiro muito forte, dê preferência ao pano úmido apenas
- procure usar capas anti-alérgicas nos colchões e travesseiros e trocar com frequência as roupas de cama
- evite carpete, tapete, cortina, travesseiro de penas e bichos de pelúcia, pois acumulam os alérgenos com mais facilidade
- procure deixar a casa bem ventilada e ensolarada pelo menos em algum momento do dia para dificultar o desenvolvimento de bolor ( fungo )
- para finalizar, não posso deixar de comentar sobre a importância de se evitar o contato com cigarro, perfumes, tintas e inseticidas

Fiquem atentos aos sinais e sintomas. Hoje em dia existem ótimos tratamentos para a rinite alérgica!

Um abraço!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Você sabe como o seu bebê enxerga?



O desenvolvimento visual ocorre até os 5 anos de idade, mesmo período em que ocorre o desenvolvimento mais rápido do cérebro. Por isso, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e uma alimentação saudável são muito importantes, principalmente nessa fase inicial da infância. Em breve farei um post sobre neuronutrição.




Interessante não é? Agora vocês entendem porque a voz e o cheiro dos pais são tão importantes? Por isso conversem muito com seus bebês desde a gestação.

Beijos!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Alergia a proteína do leite da vaca x Intolerância a lactose



Esse tema foi sugerido por uma das mamães que seguem o blog e eu acho muito importante ser discutido.

Afinal, vocês sabem qual é a diferença entre a alergia ao leite de vaca e a intolerância a lactose?

Primeiramente é importante diferenciar as duas patologias: a alergia está relacionada a proteína do leite da vaca e a intolerância, ao açúcar do leite, que é a lactose.

ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA

A alergia tem baixa prevalência e acomete principalmente as crianças. É uma resposta imunológica a algum componente do alimento. Geralmente é descoberta após a introdução do leite de vaca na alimentação da criança, pois não tem como o bebê ter alergia ao leite materno ( apesar de poder ser sensibilizado devido ao consumo de leite pela mãe ). Os sintomas incluem vômitos, diarreia, sangramento intestinal, baixo ganho de peso, refluxo gastro-esofágico, urticária, muita coceira, angioedema ( inchaço dos olhos, boca ), tosse, falta de ar e até choque anafilático. Por isso é necessário evitar contato com o leite de vaca não só na forma de alimentos, mas também em remédios e cosméticos que contenham a proteína. Os sintomas melhoram após a exclusão do leite de vaca da dieta e retornam após uma nova exposição. O diagnóstico pode ser feito através do teste cutâneo ou exame de sangue, mas o diagnóstico clínico é soberano. O tratamento costuma ser a dessensibilização do leite, processo que faz o paciente tomar doses diárias de uma solução diluída da bebida até o corpo se acostumar e conseguir ingerir uma quantidade maior sem dar reação.


INTOLERÂNCIA A LACTOSE

A intolerância ocorre quando a pessoa para de produzir, ou produz em menor quantidade,  a enzima que digere a lactose, a lactase, causando desconforto intestinal quando ingere a bebida como distensão abdominal, gases e diarreia. Essa alteração ocorre em prematuros e após diarreia intensa, mas costuma piorar com o passar dos anos. A intolerância é dependente da quantidade ingerida, ao contrário da alergia, que pode ocorrer em qualquer quantidade. O melhor método para evidenciar a deficiência enzimática é dosar a lactase na mucosa do duodeno através de endoscopia. Por se tratar de um exame invasivo, recomenda-se a prova oral de absorção de lactose, mas nunca se esquecendo que o diagnóstico clínico é o mais importante. Não há um tratamento específico, mas o paciente pode diminuir a quantidade de lactose da sua alimentação ou adicionar gotas de lactase no leite comum.




Agora vocês entendem quando nós pediatras insistimos tanto no aleitamento materno? Quando falamos que não se deve dar leite de vaca para os bebês? Não vamos expor nossas crianças a substâncias que eles ainda não conseguem digerir completamente!

Outro ponto importante a ser discutido é sobre outros alimentos que contenham cálcio para substituirmos o leite de vaca de forma responsável a fim de evitar a baixa densidade óssea.  Para suprir a necessidade deste mineral, devemos incluir no cardápio as verduras verde escuras como brócolis, couve, agrião, espinafre, além de repolho, nabo e peixes de ossos moles como sardinhas, salmão, marisco e camarão.

Boa semana a todos!